A Cor de Casa Estrela

Era uma vez, em uma vila chamada Arco-Íris, um lugar onde as estrelas no céu brilhavam de todas as cores: azuis, verdes, vermelhas e douradas. As crianças da vila acreditavam que cada estrela tinha sua própria cor por um motivo especial. Entre as crianças da vila, havia uma menina chamada Lina, com uma pele tão escura e linda quanto a noite. Lina amava observar as estrelas, especialmente aquelas que brilhavam em um tom profundo de azul. Ela sonhava em viajar até as estrelas um dia, mas algo a incomodava: algumas crianças da escola zombavam de sua cor, dizendo que ela nunca seria como as estrelas brilhantes.

Certo dia, enquanto Lina brincava no parquinho, um grupo de crianças começou a rir dela. - Olha, a menina que nunca pode brilhar como as estrelas! uma criança gritou. Lina sentiu seu coração apertar enquanto as crianças continuavam a zombar dela. Ela tentou ignorar as provocações e se concentrar em sua brincadeira, mas as palavras ecoavam em sua mente. - Por que eles não conseguem ver que sou especial? Lina se perguntou.

Nos dias seguintes, Lina continuou a enfrentar zombarias na escola. Em sua sala de aula, ela se esforçava para se concentrar, mas as risadas dos colegas sempre a distraíam. Durante o recreio, ela se sentava sozinha, observando o céu. - Talvez eu devesse parar de sonhar com as estrelas, Lina pensou. Cada vez que tentava participar nas brincadeiras, seus colegas a afastavam, e ela se sentia ainda mais isolada.

Uma tarde, Lina decidiu que não aguentava mais. De coração pesado, ela se trancou em seu quarto e chorou. - Talvez eles estejam certos. Talvez eu nunca possa brilhar como uma estrela, ela sussurrou para si mesma. Sentindo-se derrotada, Lina olhou para a janela, desejando que as estrelas pudessem ouvi-la e entender sua dor. Ela pensou em desistir de seus sonhos e se conformar com a tristeza.

De repente, uma luz dourada brilhou pela janela, e uma estrela dourada apareceu. - Não fique triste, Lina. Eu sou como você, a estrela disse suavemente. Lina piscou surpresa. - Mas as crianças dizem que a cor da minha pele me impede de ser especial. A estrela sorriu. - Elas estão enganadas. A cor não define o quanto você pode brilhar. O que nos torna especiais é a luz que carregamos por dentro.

Inspirada pelas palavras da estrela, Lina foi para a escola no dia seguinte com um sorriso. Quando as crianças começaram a zombar dela de novo, ela olhou para o céu e disse: - Sabem, cada estrela no céu tem sua própria cor, e todas são importantes. A minha cor é tão especial quanto qualquer outra! As crianças pararam para pensar e perceberam que o que realmente importava era a amizade e a luz que Lina trazia para a vida deles.