Jeni: A Banana Cósmica

No distante planeta Frutônia X9, tudo era cor e vida. O solo era feito de cascas endurecidas, e rios de suco multicolorido cortavam os vales. Frutônia era habitada por frutas conscientes, vivendo em harmonia sob o olhar do poderoso Rei Côco, cuja casca rígida refletia o brilho das duas luas do planeta. Porém, para Jeni, uma banana alienígena com tentáculos de polvo, Frutônia nunca foi um lar acolhedor. Desde pequena, Jeni foi vista como uma aberração.

Esses tentáculos, flexíveis e fortes, eram motivo de zombarias e medo. Mas para Jeni, eles representavam algo mais: um convite para explorar o desconhecido. “Se eu não pertenço aqui, talvez o universo tenha um lugar para mim,” ela pensava, observando o céu estrelado de sua vila. Sua chance veio quando encontrou os restos de uma antiga nave espacial escondida no vale proibido de Frutônia.

Durante meses, Jeni trabalhou sozinha, usando seus tentáculos para desmontar e reparar a nave. Alimentada por sementes de frutas antigas, a Cáscara finalmente ganhou vida. Na noite de sua partida, Jeni deixou um bilhete na árvore que ela chamava de casa. “Querida Frutônia, eu não sou como vocês, mas prometo que encontrarei um jeito de proteger nosso lar. Voltarei quando souber quem sou.”

Jeni mal acreditava que havia conseguido escapar. Enquanto pilotava pela vastidão do espaço, seus tentáculos se moviam em harmonia com os controles. A Cáscara era primitiva, mas funcional, com painéis energizados por cristais de suco condensado. Porém, a liberdade não veio sem perigos. Não demorou muito para que Jeni fosse atacada por um enxame de abelhas espaciais.

“Não vou desistir logo no meu primeiro dia como exploradora!” Jeni gritou, concentrando-se nos controles. Usando seus tentáculos, ela analisou rapidamente os controles da Cáscara, improvisando uma sequência ousada. Primeiro, ela ajustou os propulsores para alternar entre impulsos curtos e giros controlados. O movimento gerou uma onda vibratória que espalhou as abelhas em várias direções. Porém, a nave sofreu danos consideráveis, forçando-a a buscar ajuda em um planeta próximo.

O planeta Gelalha era um mundo congelado, habitado por gelatinas inteligentes. Jeni pousou em uma planície coberta de cristais de gelo brilhantes, onde foi imediatamente cercada por gelatinas que assumiram formas humanóides. Lá, Jeni conheceu Glorbo, um cientista gelatinoso que se impressionou com seus tentáculos e sua nave rudimentar. Glorbo ofereceu ajuda para consertar a Cáscara e, em troca, pediu que Jeni o levasse em sua próxima jornada.

Durante os dias em Gelalha, Jeni aprendeu sobre as ameaças que assolavam a galáxia: piratas espaciais, mercadores de suco e, pior de tudo, a Coalizão Mordida, um grupo que queria dominar planetas orgânicos como Frutônia. Jeni percebeu que sua missão não seria apenas uma busca por identidade, mas também uma luta para proteger sua casa de perigos intergalácticos. Com Glorbo a bordo, Jeni partiu de Gelalha, carregando consigo a promessa de novas aventuras.

O Mercado Cósmico de Oribom era uma vasta estação espacial, onde comerciantes de todas as espécies negociavam desde especiarias raras até tecnologia proibida. A chegada de Jeni e Glorbo atraiu olhares curiosos, mas também perigosos. Logo, Jeni percebeu que seu rosto estava estampado em cartazes de "Procura-se" em várias barracas. “Parece que você chamou a atenção de gente perigosa,” alertou Glorbo.